quinta-feira, 3 de junho de 2010


Você poderia ter sido felicidade, mas preferiu ser somente tristeza.
Hoje, não quero ouvir a tua voz e nem receber noticias tuas.
Se alguém bater a minha porta com um retrato teu em mãos, passarei o cadeado.
Não quero notar nenhuma sensação que já me causastes.
Nem ter lembranças em que teu nome tenha evidencia.
Mais triste do que você estar lendo essas palavras é você ter plantado isto em mim.
É horripilante, detestável, odiavel, lamentável, triste!
Quero apagar de mim tuas memórias e limpar esse céu de ares tristes.
Porque você fez isso?
Matou-me (e está matando) aos poucos. Há utilidade nisso?
Pelo amor que um dia disse ter por mim, SOME e leve consigo esse gosto amargo que acrescentastes em minha vida.
Tenho apenas 19 anos de idade e uma coleção de decepções com seu nome em capa.
Não me diga suas frases filosóficas (lindas) e cheias de vida.
Você roubou um pedaço de mim, o melhor que eu tinha e jogou ao vento.
Porque me ligas hoje? Hoje é um dia comum, como todos os outros 30 que passaram e você não se manifestou.
Sentiu saudade ou é apenas curiosidade de saber como estou?
MENTIRA! HIPOCRISIA! Não queres saber nada de nada e nem de mim.
Fujo de todos os seus toques, mesmo em sonhos.
Passo por ti e não lhe reconheço. Nego ver em ti um pouco de mim, pois não vejo e não há.
Até as lágrimas me faltam. Como posso saber onde estou e que lugar ocupo?
Antes eu pensava estar no banco do carona, hoje, vejo e noto que nunca me convidastes a sentar ao seu lado ou a fazer-te companhia.
Lembro, como se fosse ontem, o dia em que me convidou a sair de perto de você.
Lembro ainda que usastes como promessas palavras bonitas.
Sua voz era doce e seca. Eu sorria, mas queria muito chorar.
Naquele tarde, ficou claro o seu interesse. Ficou claro para mim o lugar que ocupo em sua vida.
Sou como o vento que vem e que passa. Às vezes você coloca o rosto para fora da janela e tenta ver-me, mas não consegue.
Eu podia te tocar e ir de encontro a você. Hoje, pego rotas diferentes, mudo de calçada, visto uma fantasia. Não quero que me vejas ou ouças.
Um dia eu lhe disse muitas palavras sinceras, como estás que estão aqui, e você não deu importância. Repeti mil vezes a mesma coisa, tentei ser diferente, tudo ilusão.
Chega um dia em que a gente cansa. Não sou mais a atração do seu circo e muito menos serei platéia.
O seu silêncio deixou de ser resposta e transformou-se em ausência. Causou-me feridas profundas, incessantes.
Acostumei a viver sem ti. Não era esse seu objetivo?
Não me diga que não! Se não o fosse, suas atitudes seriam outras.
Evito pisar onde você pisou. Desvio meu olhar de todas as fotografias em que estás.

Como se sente? Você nunca me fez essa pergunta.
Nunca dedicou um dia a mim. Nunca fez aquele aniversário e nem sequer comprou a caixa de uvas pequenininhas no meu pedido.
Eu queria um abraço, daqueles que só você sabe dar. Eu queria um afago, um gesto simples.
Queria sentar no sofá e ver um filme nada romântico enquanto você dormia ao meu lado.
Eu queria um almoço na companhia das três pessoas mais importantes na minha vida.
Não queria seu dinheiro, queria sua companhia, sua presença, sua alegria.
Eu queria ser a sua alegria naquele momento.
Mas fui trocada por um gole de cerveja em uma mesa redonda de um bar imundo na esquina do inferno!
Aquele demônio... Eu ainda o MATO!
Nunca senti o que sinto agora. Não o sei bem dizer como é. Apenas sei que é e existe.
O que te importa? O Sol nasce para todos.
Amanhã tu não me conquistas. Não te darei mais abraços. Não te direi mais palavras!
Quero um espaço no mundo onde eu possa me esconder até de mim, se possível.
Escrevo em demasia e sinto medo pela minha falta de consciência.
Sei que ao me deparar com tal feito, não serei razão.
Acabo com minha vida mas, te liberto!
Jogarei a chave fora. Troquei as fechaduras, comprei outro cadeado, firmei um código de acesso e tu continuas do lado de fora.
Proteja-se do frio, está ventando muito esses dias.

Mas não me diga nada. Não quero saber. Não há defesas a serem feitas.
Álias, esse nunca foi seu forte quando eu fui o assunto.
Sinto saudades de sentir saudades de você. Não é estranho?!
A sua ausência apenas me lembra de que não tenho o que lembrar.
Não posso sentir falta daquilo que nunca tive.



(Chris)

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